Mês de maio
Luiz MacPontes
Luiz MacPontes
Cogita no poema que eu fiz,
Não te faz justiça o que diz,
No entanto, não me contradiz,
Sonha c’oas palavras sinceras
Que sonhei dizer-te deveras,
Mas nunca, nunca me consenti
São todas um reflexo ardente
Do amor que no peito ― latente ―
Rompeu em doces versos p’ra ti,
Pois tu és a própria bondade
Que sob o véu da imensidade
Deslumbras tal como um colibri
Já que brilhar é o dom do sol,
Tua luz, d’arrebol a arrebol,
Adorna o teu dom de perdoar,
O amor, céu da tua compaixão
― exímio perito em doação ―
Faz da moradia, um fausto lar.
Digna és, prócera na terra,
Leão na selva, águia na serra
E tubarão no extenso mar,
Serva do estóico sacrifício,
Não abnegas o celso ofício
de se dar, de se dar e se dar...
Jamais traduz, a tua imagem,
O vate d’augusta linguagem
Na mais inaudita inspiração,
Como entoar a tua riqueza
Sem negar o Pai da pureza,
Sem arrebatar-se, sem comoção?
Porque os eflúvios da existência
Fazem de ti, seleta essência,
Sim, a mais elegante equação,
Lê, então, o poema que eu fiz,
Faltam iotas no que ele diz,
Porém, dimana do coração
Luiz MacAngelo