Cogito, ergo Deus est
Luiz MacPontes
Luiz MacPontes
Psiu ! É como se numa ânfora coubesse
O conteúdo destilado do Inefável
E, sobre o sagrado, o profano viesse
Para quantificar o inquantificável.
Ser ou deixar de ser, o ser mais-que-perfeito.
Aquele que fora — quem sabe — impoluto,
Num átimo, revelou-se mais-que-suspeito…
Ser ou não mais ser, o ser mais-que-dissoluto ?
Este infeliz, que sobre si se vangloria
E crê hospedar no seu sternum, um reator,
Alquimista, capaz de transmutar a porcaria
Subjacente em sumo substrato de amor
Que horror ! Que jactância ! Que insolência !
O infinitamente finito se edifica
À estatura da Substância, da Excelência,
E se atribui a virtude que A qualifica.
Psiu ! É como se numa ânfora coubesse
O conteúdo destilado do Inefável
E, sobre o sagrado, o profano viesse
Para quantificar o inquantificável…
Parceria: Père Louis e Luiz MacVate